Orquidário

O início das coisas tem o sentimento da paixão pelo desconhecido, ele nos seduz. Sempre, o que não vimos ou vivenciamos, traz sensações que cutucam nosso corpo fazendo, às vezes, grande transformação dentro da gente. A comparação que nos parece mais pertinente é de uma criança, que entrando em contato com um brinquedo novo, brilha, transforma-se num corpo luminoso, é a descoberta. Assim também acontece com praticamente todos os “novos orquidófilos”. Extasiam-se quando vislumbram a flor de uma orquídea e todo seu fetiche. Comigo não foi exatamente assim. Uma noite, no ano de 1988, surgiu na minha frente, sem que nem pra que, um livro de bolso “Orquideas – Guia dos Orquidófilos”. Passei um rabo de olho, achando tudo aquilo complicadíssimo. O tempo, como sempre, passou, até surgir em minha “ainda” floricultura, em 2002, um orquidófilo, perguntando se eu cultivava Bonsai. Claro que não, eu disse, e ainda, num país como o nosso, um grande território, deveria cultivar matas e não fazer delas, miniaturas. Acredito ser necessário aumentá-las. E orquídeas? voltou a perguntar. Também não, acho muito complicado. Tanto insistiu que levou-me à SOBH – Sociedade Orquidófila de Belo Horizonte. Foi ali que a origem das orquídeas me foi mostrada através de livros e de orquidófilos mais experientes. Aos poucos fui descobrindo, que o Brasil, suas matas e sua biodiversidade, detem uma enorme quantidade delas que se distribuem pelos biomas com suas características e peculiaridades. Errei quando as achei complicadas, são complexas assim como nosso país. Não tive dúvidas, iniciei meus estudos que vejo não ter fim. Ao invés de orquídeas, comprei livros. Procurei entender seu metabolismo para saber como funcionam na natureza. Fiz cursos, sempre buscando maiores conhecimentos. Resolvi também ministrar um curso de orquídeas, talvez para entender melhor o Brasil e um grande desejo de que os brasileiros cultuem nossas matas e as respeitem de verdade.

Objetivos

Iniciamos nossos estudos em 2001 e acreditamos, hoje, poder traçar objetivos para o desenvolvimento de HABITAT ORQUIDEAS, tendo como foco principal o conhecimento dos biomas brasileiros e das orquídeas endêmicas nestes biomas. Este é o traço dominante do nosso trabalho. É nossa intenção abrir novas perspectivas de cursos e palestras para divulgação do conhecimento das orquídeas, sempre ligado a seu habitat e sua preservação. Acreditamos que se conseguirmos estudar e divulgar as orquídeas mineiras estaremos, de alguma forma, contribuindo para este conhecimento. Em Minas são aproximadamente 125 gêneros e 950 espécies (fonte: www.delfinadearaujo.com.br), além de suas variedades. Esta proposta é ambiciosa, sabemos, mas esta é nossa ambição. A partir de 2009 começamos a constituir um acervo de orquídeas mineiras com o objetivo de reprodução assimbiótica para comercialização.

Viveiros e Ambientes de Cultivo

Entendemos que, a partir do momento que a orquídea sai do seu habitat e iniciamos seu cultivo, estaremos promovendo um “cultivo artificial”, independentemente de ser profissional ou amador. A partir deste conceito e dos nossos estudos, desenvolvemos um processo de cultivo com a valorização do ambiente onde irão se desenvolver. Estamos localizados na Serra do Curral, maciço do Taquaril, parte integrante da Serra do Espinhaço, na cota altimétrica 1050 metros, na interseção dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Temos como vizinhos o Parque das Mangabeiras e as matas do Hospital da Baleia e do Minas Tênis Country Clube. Elas nos envolvem e nos propiciam conviver com grande diversidade de pássaros, insetos e outros animais silvestres. Isto é um grande privilégio enquanto, para nós, “viveiro” é todo espaço com suas árvores, caminhos, nascentes e seus habitantes naturais, sendo “ambientes de cultivo” um dos seus elementos, protegidos com telado. Por questões didáticas, o objetivo principal nestes primeiros dez anos foi construir ambientes de cultivo diversificados para que os novos orquidófilos possam optar por qual tipo de proposta deverá seguir.

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